AÍDA CURI - Site oficial.
A VERDADEIRA HISTÓRIA
O PAPEL RELEVANTE
DO JORNALISTA DAVID NASSER,
NO "CASO AÍDA CURI".
A "IMPRONÚNCIA" prolatada pelo juiz Sousa Neto, no dia 6 de fevereiro de 1959, e a consequente liberação dos réus envolvidos no crime de Aída Curi, teve grande repercussão nos meios de comunicação e gerou enorme revolta na opinião pública.
Surge a voz grandiloquente de um jornalista, que, através de contundentes artigos na revista "O Cruzeiro", se insurge contra a "Impronúncia", ao mesmo tempo em que, em estilo impetuoso, trava uma verdadeira cruzada contra a impunidade e em defesa da virtude e da honra de Aída Curi, contra aqueles que, leviana e irresponsavelmente, tentavam macular a imagem de Aída, insinuando, contra a evidência dos Autos do Processo, ter ela subido, de livre e espontânea vontade, "em busca de romance".
David Nasser toma a si a incumbência de ser o porta-voz do sentimento popular, tão abalado, frustrado, revoltado, e surpreendido com a "Impronúncia".
David Nasser, eloquente, audaz, com vontade firme, propugnador corajoso pela causa da justiça, nunca recuou, nunca se atemorizou, mesmo sofrendo ameaças e processos.
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(IMPRONÚNCIA = Sentença penal que julga improcedente a acusação contra o réu.)
O jornalista David Nasser e a máquina de datilografia, onde escrevia seus artigos.
O jornalista David Nasser visita a mãe de Aída Curi.
David Nasser olhando as milhares de cartas que recebia, felicitando-o pela sua luta arrojada contra a "impronúncia", contra a soltura dos réus, e em defesa da virtude de Aída Curi.
Foto da revista "O Cruzeiro", de 2 de maio de 1959.
FRASES E TRECHOS MEMORÁVEIS
DOS ARTIGOS DE DAVID NASSER.
(Retiradas do livro "A Tragédia de Aída Curi", David Nasser, Edições "O Cruzeiro".)
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"O juiz foi o melhor advogado de defesa." (Sobre a "Impronúncia".)
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"Juiz Sousa Neto, tal sentença o fez sentar no banco dos réus. Lance-se o seu nome no rol dos culpados." (Sobre a "Impronúncia".)
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"Deixemos, portanto, à margem, o "background" do Juiz Souza Netto, o qual não interfere em sua carreira de magistrado. Se ele é pessoalmente - em casa, na rua, na feira - um bom homem, tampouco interessa. O essencial e o mais grave é que ele é um bom juiz, foi o primeiro de seu concurso, e isso torna a sua sentença mais difícil de ser entendida e esta história mais difícil de ser escrita." (Sobre a "Impronúncia".)
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"Os juízes são insubornáveis, principalmente Souza Netto, que dera prova de resistência e invulnerabilidade no processo do Galeão. Mas, existem muitas formas de sedução, formas não metálicas de sedução. Amizades. Políticos. Manobras envolventes, objetivando destruir tudo quanto a Imprensa disse, tudo quanto o povo sabe, tudo quanto existe de repugnante, sórdido e covarde na morte dessa filha de gente pobre."
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"A denúncia que estava de pé. Tentativa de estupro. Atentado violento ao pudor. Homicídio. Que fez o honrado e insuspeito Juiz Sousa Neto? Impronunciou-os quanto ao homicídio. Quase, por um triz, condenava a morta por haver subido até o terraço, sem analisar quais os meios usados pelos selvagens agressores para esse fim. E, valendo-se da impronúncia dos acusados do item homicídio, que fez o irrepreensível e inatacável Juiz Sousa Neto? Impronunciou-os também dos outros itens, a tentativa de estupro e o atendado violento ao pudor. As provas acumuladas contra os acusados, a reconstituição, os depoimentos, nada permitia ao Juiz Sousa Neto a impronúncia nessa última parte. Uma voz poderosa dentro da Justiça se levantou contra o erro clamoroso. A do Promotor Jorge Alberto Romeiro."
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A CARTA QUE RONALDO ME ESCREVEU. "Eu não sou um monstro como a sua pena está dizendo, Jornalista David Nasser. Eu não saí de Vitória por ser um rapaz diabólico, e insuportável. Ademais, minha família é tradicional no Espírito Santo. Nunca houve nada que pesasse contra mim naquela cidade. Na verdade eu lhe convido e lanço até um desafio mesmo."
- Nada, Ronaldo?
- E as expulsões dos colégios?
- E as agressões?
- E o roubo do carro oficial da Secretaria de Agricultura?
- E a batida com o mesmo contra um poste no "bas-fond", onde você tinha um cavalinho correndo por lá?
- E as prisões no Exército, oito prisões em três meses?
- Menino, não minta. Não seja modesto. Todas as certidões estão em nossas mãos. E diga a seu pai que não adianta contratar "justiceiros" do sertão para "tapar a boca desse jornalista" como nos mandou dizer. Outras bocas seguirão falando. Outras penas escrevendo. Aqui mesmo nestas páginas, que eram brancas a princípio e ficaram sujas com a sua presença e agora o seu paizinho irresponsável quer avermelhá-las de sangue."
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"Senhores, observai bem estes detalhes: uma jovem sobe por seus próprios pés ou é levada à força para um terraço, surram-na, ensanguentam-na, ela aparece morta na calçada - e um juiz vem-nos dizer que falta um indício sequer para pronunciar os acusados, embora lhes saiba os nomes, os endereços, as fichas, o passado, e tenha ouvido de seus próprios lábios a descrição de como a levaram, de como a agrediram, de como a rasgaram. Só não disseram de como a mataram. Só faltava isso."
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P.S. - "Já estava composto este artigo quando o Conselho de Justiça revogou a sentença do Juiz Souza Netto, a mesma que concedia a liberdade a Ronaldo e ao porteiro. A ordem de prisão foi encaminhada à Chefatura de Polícia. Lugar de criminoso é na cadeia. Está restabelecido o prestígio da magistratura brasileira. Quanto ao Juiz Sousa Neto, tem saído armado de cada. Se ele usa o revólver como usa a caneta, não há perigo. O tiro sai sempre pela culatra."
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"O Juiz Sousa Neto, para mim, nunca existiu como homem, como pessoa, mas sim como entidade. Interessava-me o seu erro, a sua sentença, não a sua condição humana. Se algumas vezes tive de sair da raia e trocar o florete pelo cacete, a vara florida pelo tacape, a isso me obrigaram os seus companheiros, com insultos pessoais. Terminada a primeira fase dessa campanha em benefício da sociedade brasileira, vale aqui ressaltar que o prestígio da Justiça saiu incólume de tudo isto, dessa dura prova, com a revogação da sentença leviana".
Jornalista DAVID NASSER - Foto da revista "O Cruzeiro" de 9 de maio de 1959, em seu artigo "Resposta à Mãe de Ronaldo" (ler abaixo).
ARTIGOS DE DAVID NASSER
SOBRE
O CASO AÍDA CURI.
1) Os desembargadores devem julgar como jurados.
2) Na minha terra, quando morria uma virgem...
4) O Juiz foi o melhor advogado de defesa.
8) Encontro secreto antes da sentença.
9) O jornalista quer apenas saber a verdade.
10) O crime era de ação pública.
11) Ninguém duvida da honestidade do Juiz.
12) O Magistrado deve calçar a sua sentença.
14) Um Juiz no banco dos réus.
15) Ronaldo, absolvido pelo facilitário.
16) A carta que Ronaldo me escreveu.
17) Diálogo telefônico (gravado) entre o Juiz e o radiorrepórter.
19) Resposta ao pequeno canalha.
21) Os morcegos também são anjos.
24) Cordeiro Guerra fulmina a impronúncia.
27) O auto de reconstituição do delito.
30) Cruzada contra a impunidade.
32) Acórdão que honra a Justiça.
33) Acórdão da Primeira Câmara Criminal.
36) Antes desmoralizar um Juiz do que desmoralizar a Justiça.
39) Resposta à Mãe de Ronaldo.
40) A absolver esses monstros, melhor seria jogar o Código Penal na lata do lixo.
41) O Revólver do Edgard - Folheado a ouro, mas não atira sozinho.